by Tecmundo
Após quase uma década de estrada e mais de 1,3 bilhão de dispositivos, o Windows 10 finalmente recebeu um substituto. A Microsoft começou a distribuir oficialmente o Windows 11, que utiliza as raízes do “sistema como serviço” de seu antecessor, mas conta com novidades que prometem aprimorar o uso de computadores, além de torná-los mais seguros.
O novo sistema chega gratuitamente para usuários do Windows 10 em PCs compatíveis com os requisitos do Windows 11. Segundo a Microsoft, o plano é levar o SO para todos os usuários que serão contemplados até 2022, mas alguns sortudos já vão começar a receber a atualização via Windows Update ainda hoje.
A questão que fica é: vale a pena entrar na onda do Windows 11 em seu lançamento ou é melhor esperar? Confira os principais destaques do novo sistema operacional em sua chegada ao mercado e veja se a atualização gratuita vale a pena para você no momento.
Menu Iniciar centralizado e Widgets
As mudanças significativas no sistema operacional já começam na área de trabalho, que recebeu grandes alterações. Quebrando um padrão imposto há mais de 20 anos, o Windows 11 agora conta com o Menu Iniciar centralizado. Os usuários mais tradicionalistas podem fazer a barra retornar ao clássico canto esquerdo, mas a nova posição funciona muito bem quando você se acostuma, principalmente em telas no padrão ultra-wide.
Ao abrir o Menu Iniciar, o usuário também notará diferenças: a interface está mais limpa e não conta com os Live Tiles, deixando mais espaço para aplicativos e arquivos recentes. Para quem gostava dos blocos interativos, o Windows 11 agora tem uma área dedicada para widgets, e um espaço para notícias.
Disponível na barra de tarefas, o botão de widgets pode ser personalizado com ferramentas para ver o tempo, mensagens do Outlook, preços de ações, entre outras funções. A interface, que aparece no canto esquerdo da tela, também inclui um botão de buscas e apresenta notícias com base nos gostos do usuário.
Assim como a função de Notícias e Interesse do Windows 10, as ferramentas de informação do Windows são baseadas exclusivamente no Bing e não estão devidamente localizadas para o Brasil. Com isso, se você costuma utilizar o Google para fazer pesquisas, o feed de notícias pode não ser tão preciso quanto soluções como o Google Discover.
Além disso, ao tentar abrir qualquer link apresentado na seção de widgets, o usuário será redirecionado para o Microsoft Edge, mesmo que o Google Chrome ou outro navegador seja escolhido como padrão. Logo, se você esperava ter mais liberdade de escolha no sistema operacional para fugir dos serviços da Microsoft, infelizmente isso não acontece no Windows 11.
Você também será obrigado a “engolir” o Microsoft Teams. O mensageiro voltado para trabalho, mas que também ganhará melhorias para ser usado como um concorrente do WhatsApp, vem habilitado como padrão na barra de tarefas. Felizmente, o usuário ainda tem a liberdade de desabilitar a exibição do programa na tela inicial.
Falando em liberdade — ou da falta dela — atualmente a Microsoft não permite que a barra de tarefas seja movida para as laterais ou a parte superior do sistema, o que pode irritar um grupo bem específico de usuários. Outra baixa do novo design é o clique direito na base da interface, que permitia acessar opções como o “Gerenciador de Tarefas” com facilidade. No lançamento do Windows 11, o atalho só apresenta a opção de gerenciar a Taskbar.
Visual refinado
Mesmo apresentando similaridades com seu irmão mais velho, o novo sistema da Microsoft capricha na inovação visual, o que pode ser o principal motivo para realizar a migração para muitas pessoas. A nova experiência de design já começa logo na tela de bloqueio do sistema operacional. A Microsoft manteve os padrões de wallpapers que a edição anterior do SO, mas a nova edição conta com uma fonte mais marcante no relógio e animações mais fluídas, com transições suaves.
Na área de trabalho, os ícones coloridos e que se movimentam dão mais vida ao sistema operacional. Enquanto apps nativos ganharam uma atenção especial da Microsoft, o sistema todo tem animações que deixam a navegação fluida e bonita. Apesar das similaridades com seu antecessor, o Windows 11 parece muito diferente graças a esses detalhes.
Além das animações, o Windows 11 também aposta forte em elementos de transparência. Usando elementos da linguagem de design Material Mica, o SO está mais translúcido em janelas e menus, com bordas arredondadas predominando na interface. Um dos destaques fica para a Central de Notificações, que ficou mais limpa.
Outro ponto de destaque do Windows 11 é o sistema de Temas. A Microsoft finalmente começou a dar atenção ao modo escuro do sistema operacional. As otimizações garantem uma experiência aprimorada com o padrão, com tons amigáveis aos olhos — a simples troca de temas vira um show graças às animações do sistema.
Mais produtividade
Além de uma revolução visual, o Windows 11 promete se tornar referência quando o assunto é trabalho. O sistema operacional apresenta melhorias para facilitar a produtividade de quem usa a plataforma e também promete melhorar a monetização de quem tem interesse por oferecer apps na loja da Microsoft.
Na parte de produtividade, o grande diferencial do Windows 11 é o Snap Layout: ao colocar a seta do mouse no botão de maximizar uma janela, o sistema apresenta a opção de realocar automaticamente todas as que estiverem abertas, facilitando a vida de quem trabalha com arquivos ou múltiplas abas de navegador, inclusive em telas ultrawide.
O sistema também conta com uma versão aprimorada e mais bonita do botão de Visão de Tarefas. A função apresenta a área de trabalho de maneira mais limpa e pode se tornar poderosa com o desenvolvimento do sistema e novas funções voltadas para trabalho.
Por fim, também vale mencionar a nova Microsoft Store. Além do novo visual, a plataforma receberá mais aplicativos, o que pode dar uma nova vida para a esquecida loja do sistema operacional, garantindo dinheiro para desenvolvedores e mais ferramentas para usuários.
Segurança extra
Nos bastidores do sistema, a maior novidade do Windows 11 é a segurança: a Microsoft está sendo bem exigente nesse quesito, o que até chateou alguns usuários. Para usar o sistema, é necessário que a máquina tenha um chip Trusted Platform Module (TPM) 2.0, que aprimora o processamento de criptografia, e processadores aprovados pela companhia.
Apesar de deixar alguns PCs com Windows 10 para trás, os novos requisitos podem ajudar a diminuir a fragmentação do sistema operacional e garantir mais unidade ao Windows. Ao mesmo tempo, as novas tecnologias prometem garantir proteção extra em um mundo cada vez mais conectado, em que trabalho e lazer se misturam em um único dispositivo.
Devo trocar de sistema agora?
Mesmo com os avanços visuais, de produtividade e segurança, o Windows 11 ainda não parece um upgrade obrigatório para quem usa o sistema atual da Microsoft. A experiência base da nova versão é a mesma que temos no Windows 10, que continuará recebendo suporte até 2025.
Com isso em mente, se você está pensando em trocar de computador apenas para pegar o Windows 11, a dica é segurar a vontade, até porque o mercado de componentes para computadores está sofrendo com os preços altos. Para quem receber a atualização gratuita, a experiência entregue pela nova versão é satisfatória, mas vale mencionar que ainda existem pontos para melhorar.
Além da barra de tarefas sofrer com limitações que podem incomodar usuários mais experientes, uma das melhores funções do Windows 11 acabou ficando de fora do sistema no lançamento: o suporte para apps do Android. Ainda sem previsão de chegada, a função realizada em parceria com a Amazon Appstore e Intel pode ser um ponto de virada para os usuários comuns que buscam um grande diferencial no sistema.
Assim como o Windows 10, a nova edição do sistema operacional tem uma ótima base para crescimento e chega com recursos que podem definir uma nova era para a plataforma da Microsoft. No entanto, só o tempo dirá se todo esse potencial será alcançado pelo Windows 11 ou se teremos, no final das contas, apenas uma extensão do SO que já usamos durante a última década.